Hoje eu sonhei que eu entrava na sala da diretoria. A sala da diretoria era numa sala antiga, com pé direito alto. Os diretores entrevistavam pessoas, cada um em sua mesa, para uma vaga de gerente de uma livraria em Paris. O salário era de sete mil reais e mais cinco de auxílio moradia.
Logo que eu entrei na sala, o presidente da empresa em que eu trabalho me perguntou: Paris?
Nesse momento todos os diretores me olharam com cara de “você por aqui?”.
Depois disso eu me vi perdida por Paris. Era algo como se eu tivesse decidido, feito a mala, e ido. Lá chegando, procurei um hotel. O que eu fiquei custava cinquenta euros, tinha água quente, mas era bem pulguento.
Logo depois a minha mãe apareceu. Ela dizia que meu pai não queria ficar tanto tempo por lá. Queriam viajar e era implícito que essa viagem se estenderia a mim. Eles não queriam ficar todo aquele tempo em Paris. Eu queria.
Aí eu acordei pra ir ao dentista.