Eu não sei que mecanismo de defesa é esse. Mas eu não vou ao Rio desde maio. E hoje eu vou ao Rio. E hoje eu acordei eufórica. Porque hoje eu desbloqueei esse mecanismo que eu desenvolvi. E eu vou ver o mar. E eu vou agarrar o meu cachorro preferido até que ele me morda. E eu vou olhar pro meu painel gigante que eu montei com muito esmero. E eu vou passear e ver todos os meus amigos que eu amo. E eu vou ver o mar. Vou ver a Lagoa Rodrigo de Freitas. Vou ver o Cristo Redentor. Meu cabelo vai ficar grudado de maresia. Vou recarregar o meu sotaque. Vou puxar bastante o s. Vou dar mais uma puxada no s até que ele vire x. Vou apertar meu pai, minha mãe e vou levar doces para a minha irmã. Vou apertar ela também. Ela vai dizer assim "oi gordinha".
Vou tomar mate leão, sorvete itália, biscoito globo sal e doce. Não vou passar protetor solar.
Vou permanecer de roupa de praia até meia-noite. Vou apertar um pouco mais o meu cachorro e dar atenção pros pequenos. Vou ver a obra de igreja que rola na casa da minha Sagrada Família.

E na volta eu vou chorar. Eu vou chorar, como eu to chorando agora, escondido.


Eu pedi exclusividade nesse assunto e a garota maldita disse que já tinha um post pronto. Uma biografia, ela disse.
Mas ela esqueceu de dizer que Britney tem vinte e cinco anos. E muitos, muitos, muitos milhões de dólares.
Britney não pensa em ter filhos aos trinta para dar conta da carreira, ela já teve dois. É bem verdade que ela não sabe ao certo o que fazer com eles, mas tem muita mãe por aí que também não sabe. Ao menos ela tem dinheiro pra pagar anos e mais anos de análise. A mesma análise que os filhos da senhora Pitt terão que fazer pra entender o porquê da mãe deles ser tão bela e tão boa samaritana. A mesma análise que aquela fofurinha da Sury terá que fazer para superar a cientologia do pai.
Britney, minha queridona, teve muita, mas muita categoria ao subir ao palco de biquini e sem kanga. Queria ver qualquer uma de vocês, leitoras amigas, de biquini, na tv, dançando, pulando e rebolando. Ela não está em plena forma, a nível de Britney, mas está ótima. Glamurosa, corpo sarado.
Amy Whinehouse, a diva do momento, é tão doidona quanto Britney. Mas como ela é feia, ela é cool. Aposto que a Amy também esquece a calcinha. O ninho de barata que Amy usa na cabeça é tão nonsense quanto a carequinha dessa garota marota travessa.
Eu sei é que enquanto tá todo mundo dizendo que a Britney fez feio, que ela não sabe cantar, que ela isso, que ela aquilo, ela tá passeando na sua mercedinha, furando sinal, mandando peruzinho pra vocês. Que vão todos trabalhar amanhã enquanto ela toma sol e bebe martinis.

Olha Britney, não ouça o que esse povo diz. Continue quebrando tudo por aí. Não há nada de errado com os banheiros dos postos de gasolina. É bem humano, aliás. Eu seguirei por aqui amando-te, respeitando-te, só conhecendo duas das suas músicas e achando mais que suficiente.

It's Britney, bitch.

Pois ontem eu tinha uma tarefa, uma só, uminha. Eu tinha que me postar em frente à televisão às 22h em ponto, pra ver a volta triunfal de Britney ao showbizz. Algo aconteceu, talvez a minha distração com a TV quando acabou Studio 60, e então eu passei pelo Fantástico, assim, só por passar mesmo. Nada no Fantástico me interessa, e tinha a Britney na MTV. E quando de fato eu me dei conta, às 22h06 exatamente, já era tarde demais. Não vi. Vi alguma coisa desinteressante, a performance do Chris Brown com a tal de Rihana, identifiquei finalmente que aquela era a tão falada música “Umbrella” e que não era nada de mais. Descobri, no EuroChannel, um show da Madonna, divino, esplêndido, maravilhoso. Ela cantava “Live to Tell” pregada em uma cruz com uma coroa de espinhos. Madonna sabe tudo.

E eu não vi a Britney. Li em tudo quanto é site agora de manhã que ela decepcionou. O PapelPop diz que ela fez exatamente o que esperavam dela, e que portanto a apresentação foi um sucesso: um vexame. Falam que ela anda gorda, largada, esbaforida. Li no Lixomania uma defesa ferrenha do Klein, dizendo que a culpa do fiasco da Britney era nossa, dos seres humanos. Mas a Britney é humana, pensei. E eu fiquei aqui tentando pensar em como o dia de ontem deve ter sido duro pra ela. Porque se tem uma coisa que eu acho, que eu tenho certeza nessa vida, é que foi o tal término de namoro dela com o Justin Timberlake o início do fim. E essa semana inteira tocou no rádio do meu carro um cd com os sucessos da Britney, sim, porque eu gosto, sim, eu assumo. Britney é brilho.

Ela cantava inocentemente com umas roupas de cheerleader e marias chiquinhas músicas como “Hit me baby one more time” ou “Sometimes”. E aí ela apareceu com o astronauta em “Ooops I did it again”, cantando i’m not that innocent, e eu sei que bem pouco tempo depois o namoro terminou. Rumores davam conta de que ela o tinha traído com um arremedo de dançarino qualquer, e ele, brokenhearted, engatou um namoro longo com a Cameron Díaz, fez uma música cheia de ressentimentos e etc. E então ela se perdeu. Casou em Las Vegas com um amigo de infância, anulou o casamento e lançou “Toxic”, uma das melhores músicas ever*. Continuou fazendo sucesso com “I’m a slave for you” e lembro de ler em algum lugar que ela havia pedido para voltar, mas que Justin não quis. E que ela dessa vez havia sido a brokenhearted. Achou o Kevin Federline e as coisas desandaram de vez. Pra começar ele largou a mulher grávida pra ficar com a Britney. Ela engravidou também e Sean Preston tem apenas alguns meses a menos do que seu irmãozinho por parte de pai. Fez um reality cancelado antes mesmo da estréia, brigou com o marido em um cassino, largou ele, voltou, engravidou de Jayden James. Quase deixou Sean Preston cair enquanto a outra mão, com alguma bebidinha esperta, não derramou uma gota sequer. Chorou na frente dos paparazzi, dirigiu com Sean Preston no colo, deixou ele cair da cadeirinha de alimentação e teve que lidar com o juizado de menores. Eu sou uma boa mãe, dizia, com as crianças apresentando queimaduras de sol. Engordou, perdeu o já quase inexistente senso de estilo. Separou de vez do dançarino/rapper/gold digger e foi vista em companhia de Paris, bêbada e sem calcinha. Roubou o namorado de Paris e brigou para sempre com sua ex-melhor amiga de infância. Brigou com a mãe, fez um testamento deixando tudo para a irmã, inclusive os filhos, e acho até que numa dessas brigas, ela e a mãe se pegaram na porrada mesmo. So low. Baixaria.

Como se não bastasse, bateu em um paparazzi com um guarda chuva e, um ou dois dias depois, entrou em um salão de beleza falando coisas meio sem sentido, pegou uma maquininha perdida por ali e raspou a própria cabeça. Foi parar na rehab. Kevin ficou com os filhos e – pasmem – começou a ser considerado um pai exemplar. O que é um bom referencial nessa vida, né, gente? Perto de uma Britney perdida, até o Marilyn Manson seria um bom role model para as crianças.

E então, Britney precisa de um hit. Precisa de mais do que isso. Precisa de um Extreme Makeover, com direito a What Not to Wear e Supernanny. Cantinho da disciplina pra ela. This is not acceptable, Jojo diria. E ela ficaria ali, sentadinha, durante 25 minutos, um minuto para cada ano de idade dela. Podia tomar umas aulinhas com Katie Holmes sobre estilo e vestir os meninos de marinheiros, para passear pelas ruas de L.A. Podia emagrecer uns quilinhos, mas só porque televisão engorda mesmo. Porque, cá entre nós, ela não está gorda. Ela está assim com eu, assim como você, como uma pessoa normal. Podia cortar os cabelos, ou adotar os dela mesmo, crescendo, curtinhos e bem cortados. Cabelo cresce, hello! Tem é que tratar da pele, porque aquilo ali, sim, é grave, gravíssimo. Abandonar de vez a meia arrastão e as botas de cowboy. Lembrar de usar calcinha, básico. Vestidos abaixo da polpa da bunda, please. Esse comprimento não favorece ninguém, honey. E você ainda tem conserto. Corte o playback da sua vida. Madonna deu banho no show que eu vi ontem, e cantou tudinho. Lance novas músicas, porque eu ainda garanto os downloads. Eu realmente queria ter visto a apresentação.

E então, pensando na Britney, ontem deve ter sido especialmente difícil. Porque o show dela foi alterado no último minuto e ela perdeu os efeitos especiais, que seriam feitos pelo ilusionista Criss Angel, que meu irmão adora. Será que ele faria a memória das pessoas simplesmente se apagar? E ela estava lá, playback fora de sincronia, dançando cansada, seminua, maltrapilha. Levemente gordinha, mas só por causa da televisão. Pra quem pariu duas vezes, sei lá, aquilo ali deve ser a média. O cabelo estava um horror e ela queria, tenho certeza, desesperadamente, agradar. Ser aceita, ser aplaudida, como ela já foi um dia. Mas as pessoas estavam constrangidas, arquiinimiga Paris, mesmo recém saída da cadeia, cheia de brilho, com vestido de oncinha. E o Justin, aquele um, o ex, estava ali, ganhando prêmios. Achei que Britney tomaria um porre pra esquecer, rasparia o cabelo de novo, sei lá. Quão ingênua eu fui. O que ela fez? Saiu sem calcinha. Again. Ooops.

*Na minha modesta opinião. Mas eu também adoro algumas coisinhas de Backstreet Boys e Hanson, desconsiderem.

Hoje, do alto dos meus vinte e cinco anos, quando os dermatologistas recomendam o uso diário de cremes anti-rugas, vos digo que começo a entender melhor as coisas que me compõem.
Sou pessoa impaciente. Isso eu acho que já sabia. A gente respira, respira, respira e continua impaciente. Mas agora a gente respira.
Sou pessoa ainda mais impaciente em tempos de menstruação. Ô. Bem mais impaciente. Sou chorona. Prezo pelo belo, sempre. Peso mais do que gostaria e sofro bastante com isso. De uns tempos pra cá venho me dando conta de que coloco toda a minha angustia nos meus kilos a mais. Eu acredito que se eu emagrecer, tudo na minha vida será melhor. Mas é bobagem, muita bobagem isso. Agora eu sei.
Eu gosto muito, mas muito, de assistir aulas de ballet clássico. Adoro o piano e o rigor com que as meninas são cobradas. Adoraria ser homem, mas só as meninas podem dançar sobre as pontas e, portanto, ser menina tem seu valor.
Na maioria das vezes sou a única mulher em sala de reunião. E ah, eu falo palavrão, muito palavrão. Mas garanto: não sou baixa. Alías, tenho um metro e sessenta e dois e pareço um metro e oitenta e cinco. Acho que é o pescoço. Tá sempre esticadinho. Vejam que misturo as coisas. Altura com altura em sentidos diferentes.
Quero ganhar dinheiro na vida para coisas simples*. Costumos exemplificar dizendo que a quantidade de dinheiro que quero ter deve ser suficiente para colocar o carro no valet parking sem que isso seja um problema.
Porque procurar vaga para estacionar carro é muito, mas muito chato. Especialmente para pessoas sem paciência.
Sempre tentei me convencer de que eu achava bacana cozinhar**. Mas eu vou contar pra vocês. Eu acho beeem chato. Detesto cortar cebola, picar alho, sujar panelas e ter que lavar tudo depois.
Eu gosto mesmo é que o prato apareça saindo fumacinha na minha frente. Bem bonitinho e enfeitadinho.
E também detesto tomar decisões*** em momentos de lazer. Procuro um rapaz que escolha pra mim. E que escolha certo.
Acho que por enquanto é tudo que eu sei sobre Madame T.

* coisas simples em Paris.
**adoro fazer bolos. De fubá, laranja e banana principalmente.
*** tomo muita decisão nos dias úteis. Mereço descanso.

Perdi a prática. Blog é assim. Ou você escreve todo dia ou você perde a mão. Como fazer exercícios. Ou você faz rotineiramente ou você fica esbaforido na retomada. Do que eu estava falando mesmo? Onde eu parei?

Bom. A garota esteve aqui. E olha, a garota tá cada vez mais doidona. Doidaraça. Me trouxe uma definição para ela mesma, que lhe foi dada pela menina Júlia, de seu sirviçu: gata em teto de zinco quente. Definição perfeita, eu diria.

E a garota pegou amor por essa terra. E pelo que me parece ela anda querendo falar então antes de todo início de frase e ir ao parque de sábado e domingo. E fazer a manutenção de seu novo corte de cabelo na Oscar Freire. E sei lá mais o que.

E eu sei que agora eu sou pessoa que aplica equações matemáticas para previsões de futuro. Se vocês precisarem de previsões para o amanhã, procurem-me. Pessoas que lidam com equações matemáticas, ou fingem que lidam, perdem o tato com as palavras. Ou fingem que perdem.
Deve ser isso.

obs: li na mary w e falei sobre com a minha dotora das idéias. Anotem aí: a felicidade tende para a média basal de felicidade de cada indivíduo.

Um beijo, fiquem com Jesus no coração. Eu fico com Disus.

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