Se ela dança, eu danço.

Mas eu fico perplexa.

Então era carnaval. E eu estava no Rio me surpreendendo com a beleza do Cristo Redentor e da Lagoa Rodrigo de Freitas. E com o azul do mar e do céu. E com árvores. Com coisas idiotas em geral. Me surpreendendo, me surpreendendo. Porque era o Rio de Janeiro.
E tendo que atender a Flávia às 7:55h da manhã, mandando eu me arrumar pros blocos. E recebendo mensagens de texto da mesma Flávia, que foi aos blocos, me dizendo que a Teresa Cristina estava no palco.
Aí oke. Poucas amigas, muita qualidade de amizade, muito assunto. Samba. Saudade. E fez-se calor o que era frio. E fez-se sol o que era chuva.
Eu precisava administrar o tempo entre a que sai pro samba às 7h da manhã e a que não sai pro samba por nada no mundo.
Bom, eu não sei o que deu na doida. Sei que não deu trabalho. A gente disse que ia pra Lapa. O destino do carnaval era cantar "se você pensa que cachaça é água". E ela disse que ia. Ok. Fingi que não fiquei absurdamente chocada, porque qualquer reação podia botar tudo a perder.

E não choveu. E eu já estava quase desistindo, quando travamos um desafio. E ela também é chegada nas coisas complexas. E ela sambou. E não acreditei que dali saia samba. Assim como não acreditei que fossem cantar a música do camarão. Mas era um dia histórico. Algo como um eclípse daqueles que só acontecem a cada 1000 anos. E eu vivi esse momento. Brilho. Muito brilho.
Eis que no meio da folia, resolvo fazer amizade com os gringos. Na busca por uma casa de amigos do exterior. Always. Viro pra gringa e pergunto pausadamente: Where aaare yooou from? Australia, ela disse. E perguntou pra mim: And where are yooou from?
Há. Momento de brilhantismo. Mais um, se é que era possível ainda mais luminosidade numa noite. Eu tinha um mundo pra escolher. Eu podia ter realizado meu sonho de ser francesa. Mas não. I´m from Brazil. Coisa de bebum.
Depois ensinei ela a sambar. E ela disse ou-bri-ga-rá. Ah, também ensinei ela a comprar 3 cervejas for five real. Mas não alcancei meu objetivo maior, o da casa. De nada gringa, tchau.

Aí resolveram ir embora e não entendi direito o motivo. Sei que ainda fiz amizade com o Zulu. O cachorro da rua. Ele tentou me morder, mas eu reagi. Zulu malígno. É bem o tipinho de ser vivo que eu gosto. Difícil. E fiquei amiga do Seu Fernando. Vendedor de cerveja nas horas vagas que criou um filho farmacêutico e que pretende formar a filha, Fabricília, bombeira. Faturou R$700,00 em bebidas aquela noite. Deve ter tido um custo de R$300,00.

É o que eu SEMPRE digo. Camarão que dorme a onda leva.

1 Comment:

  1. rodavivA said...
    Nesse carnaval eu fui uma borboleta. E só tenho uma coisa a dizer. Eu ODEIO tirar a fantasia. (ai se eu fizesse análise!)

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