sobre a frá

Quando me perguntam quem é a tal da Frá, eu respondo: é a minha amiga que é uma coisa. Que é incrível. Você vai adorar ela, eu digo. E por mais que eu exagere muito na explicação de quem é a Frá, fica faltando adjetivo.
A Frá é a minha amiga. É a coisa mais rica desse mundo. É a irmã do meio. A Frá é a minha amiga do samba. Só a gente sabe que camarão que dorme a onda leva, que hoje é dia da caça e amanhã do caçador.
A Frá, como eu, mas de um jeito que é só dela, fala com todo mundo pela rua. A Frá, como eu, fala alto. A Frá, de um jeito que é só dela, canta músicas trocando a letra por piadas idiotas, mas que do jeito dela, funcionam perfeitamente. A Frá, assim como eu, adora as tias velhas. A Frá, de um jeito que é só dela, espirra desesperadamente quando o tempo vai mudar. A Frá, de um jeito que é só dela, e diferente de mim, tenta disfarçar que morre de ciúme, mas não consegue.
E então a Frá comprou o cd da Teresa Cristina. Disse que gravaria e mandaria junto com uma carta. Aí, eu, que já tinha o cd, fiquei quietinha, na encolha, porque eu queria a carta.
Falando em carta, em cartão, em coisas por escrito, a Flávia é a maior escrivinhadora de cartões e cartinhas e bilhetes do mundo.
Ontem eu cheguei em casa e tinha um envelopinho pardo colado na porta, pedindo pra entrar. Era a Frá e a carta que eu queria. E o cd que eu já tinha. E no final da carta, coisa mais linda do mundo, dizia que era pra eu ligar àquela hora. Eu óbviamente obedeceria, não obedeci, por conta da hora. Já era tarde.
Na carta ela não disse. Disse um monte de coisas pra me distrair. Falou um monte de coisas pra desviar minha atenção. Mas o que eu li na carta, que não estava escrito, era assim: niniiiiiiiiinha (de um jeito que é só dela), eu sei que você tá aguniada, mas fica tranquila, vai dar tudo certo, eu to aqui. E ela fez isso numa carta provavelmente escrita com caneta bic. Foi até uma agência dos Correios pra chegar mais perto. Não tem nome pra tipologia que ela usa. É dela. É ela. Frá Rounded True Type 14. Uma letra grande e arredondada.
Era um carinho. Porque nosso amor é assim. Ela não precisa dizer. Eu entendo tudo que ela não diz. Eu entendo muito de Frá.
E a Frá é sorte. Muita sorte.

7 Comments:

  1. Tie Lima said...
    Quando vou conhecer a Frá!?
    Anónimo said...
    Me empresta um lenço? Você, aqui do meu lado, dá um lenço? Papel higiênico serve, já embaçou a porra dos óculos merrrmo...
    Tie Lima não me enconhece? Não acredito. Madame, cadê a prática? Vem pra praia, pro japa, pros blocos de rua, q a gente se conhece.
    Anónimo said...
    Termino de ler o post e a FLA me pergunta, "tá chorando?". Só pro registro, fui EU quem gravou o cd que você JÁ tinha. Custava dizer que você só queria a carta? Vem logo pro balneário que a garota quer comprar um biquini (?!?).
    Pricip.
    Anónimo said...
    T, a outra madame disse que vai comprar um biquini. Me apresenta agora essa analista dela. 90% curada.
    Anónimo said...
    Não li, tô sem tempo. Mas ficou mesmo muito, mas muito bom. :)
    Obrigada pelo SMS de aniversário, fofa.

    Amo-te.
    Mme. Cedilha said...
    Frá me deixou em débito com essa garota por 3 gerações.
    Anónimo said...
    fazia tempo que não passava aqui.
    belíssima declaração. sortuda frá. sortudas madames. eu gosto dessa coisa de sorte.
    beijos

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