Eu tava na sala vendo bbb. Tranqüila. Na minha poltroninha branca. Aí, eu percebi um movimento rumo ao meu quarto. Fui até lá, suspeitando que coisa boa não deveria ser. Acendi a luz, olhei pro lado e o pânico se instalou. Era uma barata. Grande. Uma barata. No meu quarto.
Eu sabia que isso aconteceria. Um dia eu estaria em casa sozinha e a dita cuja apareceria pra evidenciar a minha nova condição de pessoa sozinha e desamparada. Eu sabia.
Respirei, buscando um pouco de razão, diante da barata. Pensei, raciocinei. Pensei que se eu não tivesse visto a bonitona passar, eu teria ido dormir em paz. A ignorância liberta.
Liguei pro porteiro pra perguntar se ele tinha algum daqueles produtos que não matam baratas mas que as tornam cada vez mais resistentes, com a promessa de matar baratas. Ele não tinha. Desci pra portaria, não estava confortável na presença da moça. Agora eu entendo muito a importância de dois quartos ainda que para uma só pessoa.
Pedi pro porteiro subir e matar a bonitona. Enquanto ele estava na minha casa, pensava que seria bacana da parte dele, ainda que ele não achasse a marrom, que ele me dissesse que tinha lutado, mas que ela havia perdido a batalha.
Mas não. Zé João desceu e me disse que ela sumiu. Não me restou nada a não ser subir e enfrentar. Não achei. E agora eu to aqui, como Gregor Samsa, em cima da cama, pronta pra virar uma barata. A qualquer momento isso pode acontecer.
E se eu conseguir dormir declararei minha total e completa independência de homens nesta vida.
3 Comments:
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Imagino as horas dificeis que deve ter passado.
Mas a dependência de homens também existe na hora de abrir potes de vidro!
Post de 10 de janeiro deste ano.