Mais considerações sobre o seqüestro de Peteca, a carra.

Há tempos atrás, vocês sabem, madame Ç andava de ônibus. Madame T dirigia uma mercedez 1979, que fazia litros por kilômetro, e não o contrário. Aparecia buzinando e as duas Madames, na banheira ambulante, zanzavam por aí. Daí as Madames concluíram que era hora de comprar carro. E escolheram modelos idênticos, quase ao mesmo tempo. Um prateado, ops, prateada, carra, Peteca. E um azul, menino, bebê, Tistu. Petaca e Tistu andavam por aí, até que Peteca foi transferida para a selva de pedra. E lá permaneceu, ao léu, à mercê da boa vontade de estranhos.

Madame T sempre encheu a boca pra dizer que Madame Ç era paranóica. Só pára em estacionamento fechado, vejam só. Chave na mão de estranhos, tá maluco, mermão? Te conheço? Não. Minha chave fica comigo, na bolsa. De vez em quando eu procuro por ela, só pra saber se ainda está ali. E Madame T deixa a chave com o flanelinha da esquina, para que ele mova a carra quando necessário. Madame T confia. Madame Ç desconfia. Sempre. Do irmão, da irmã, de qualquer um que se atreva a achar que pode bulir com meu filho querido.

Aí Madame T aparece na janelinha do MSN e fala que a carra foi seqüestrada. Abduzida, subtraída, abusada. Pelo Jorge, o maluco so-called gente boa pra quem ela entrega a chave, na confiança, todo dia. Como assim ela entrega a certidão de nascimento, o documento de identidade, o único capaz de provar que a carra é filha dela? Madame T acredita nas pessoas. E isso é coisa de principiante.

Se eu soubesse que madame T vinha deixando Peteca assim, na mão do palhaço, do maluco maldito filho de uma puta do jorge, eu tinha falado pra ela que isso, sim, é coisa de doido. Imagine só. Foi numa dessas que a pobre da Madeleine, garotinha que desapareceu em Portugal, se perdeu. Cadê Madeleine, eu pergunto. Eu duvideodó que JK Rowling e David Beckham iriam topar participar da campanha em busca da Peteca, a carra da madame T.

No meio da espera por jorge, o larápio de carras indefesas, o pai da Madame T se divertia. Falava para a filha, executiva espertinha, que sabe tudo, que tem que conversar com o Jorge antes de resolver trocar de carro, pra ver se ele tem alguma preferência de cor, modelo, essas paradas. E eu daria de um tudo para estar por ali, fazendo piadas de mau gosto enquanto ela esperava pela volta do seqüestrador. Tem que escutar seu pai, madame. E a mim também. A gente sabe o que diz.

E eu acho isso muito genial mesmo. Porque prova my point de que tem mais é que desconfiar de todo mundo mesmo. Imaginem só. Jorge maldito. Peteca sem seguro de vida, dando pinta por aí, sabe-se lá por onde, oh céus, não gosto nem de pensar. Subtraída de seu convívio. Então, minha cara, antes que eu cogite mandar o juizado de carros menores ficar esperto no seu caso, recomendo mais atenção, menos confiança, um tiquinho de cuidado. Fala pra Disus ficar esperto na Peteca, que é ela que anda desamparada. Pobrezinha.

4 Comments:

  1. Anónimo said...
    ehehehe... Jorge, o paulista "malandrinho" que tirou onda com a cara da carioca.

    Ficou de carrinho bacana tirando onda, deve ter se divertido um bocado.

    Vingança é um prato que se come frio, às vezes gelado. Eu não abriria mão da minha refeição nesse caso.
    Anónimo said...
    bem...

    madame T é pessoa iludida pela vida, tadinha. Mas num é tadinha de pena, tipo quando se fala tadinha pra uma pessoa sem perna, ou pra um mendieeeeennngo de rua. O Tadinha dela ela que ela confiou no jorge, só porque jorge é nome de gente boa.

    Aconselho a falar com os donos do estacionamento. =]
    Ilma Borges said...
    Jorge deveria ser vigiado. Tipo igual em filme americano. Pais endiabrados devem manter distancia minima de seus filhos fofos.

    com jorge deveria ser assim. 100m de distancia ou o mesmo destino de paris querida pra ele.
    Anónimo said...
    Eu achei que só eu ficava olhando de 5 em 5 min se a chave do carro ta no bolso... porque eu fico achando que posso ter guardado em outro lugar, ou que vai cair do meu bolso, essas coisas. Obrigado por dividir sua paranóia comigo: me sinto menos só.

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